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Ana
2 min readJan 23, 2024

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ansiosa pelo que se espera e não se controla, não perde tempo. oscilações de quem, acima de tudo, ama. você insiste em se mostrar e eu acho tudo tão triste. você insiste em se esconder e acho tudo tão covarde. eu até poderia tentar enxergar tudo da mesma forma de novo, mas reaprendi a ver o mundo em outro tom e me perdi… te ouvi recitar um poema meu e senti algo me puxando para dentro, pelo umbigo. o nariz do Pinóquio crescia a cada segundo no tempo do mundo e eu te perguntava: “você se vê?”. a lente aproxima ao passo que minhas convicções te afastam. enquadro errado… acerca da vida, do espaço e dos nós. nós de cá e de lá, que invadem, abalam e confundem. erros demais deixados, me assombra o meu passado. nunca entendi bem por que ele vem. não consigo acreditar em quase nada do que sai da boca. esquece, eu não peço perdão de graça. sigo a estrela-guia que diz o que pensa e pensa no que diz. tudo que leva consigo um nome me interessa. me diz qual é a tua intenção nesses rodeios e manipulações de cenários tão rotineiras?! tão banais que caem no cotidiano como se nada. quanto tempo é tempo demais? ontem fiquei muito tempo sozinha e sozinha eu penso muito. arrisquei prever que talvez sempre vá doer. eu nem tava pensando no assunto e pronto: doeu. você entende? eu não entendo. conjurei contra o tempo porque queria que o meu tempo fosse outro. de novo pensei que alguns tempos levam uma vida inteira. é difícil estar de frente para o espelho, não? já estiveste no mesmo lugar que o meu. memória curta que esquece do que já fez passar.

vou até onde der

aguento.

pra não cair, invento.

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Ana

mistura heterogênea de múltiplas fases e faces