três vezes sete

Ana
2 min readApr 24, 2024

--

e se o escuro for instrumento para enxergar planetas? há centenas de luas tua boca não me diz bom dia e teu corpo ocupa outra cama. a reciclagem dessa fórmula certeira cicatriza o tempo enquanto nem sei o que acertar. conter não fez desaparecer o que habita aqui dentro. espero que saiba, portanto, já não quero gostar de você, não como antes. tenha a certeza que nuvens sempre mudam de lugar. por favor, não me procure mais. a caça fácil perde a graça. minha pele já teve a mesma cor do teu pecado e desatinou nas sinas do destindo desenfreado. pode ter sido minha saia meu suor ou minhas saídas. pode ter sido quando deitei na tua cama e pedi pra nunca mais sair. pode até ter sido eu, ou não ter sido ninguém. vinte e um dias para esquecer teu nome. cicatrizou com o tempo a reciclagem da fórmula certeira de nem saber o que acertar. hoje eu quis te ver mesmo sabendo que não dá, cheguei em casa e prometi que iria voltar. pele de cordeiro e eu nasci na primavera, essas mulheres expostas nas tuas paredes não sabem o caminho pra chegar. apague as luzes que te fazem enxergar dentro, passe a ser claro nas palavras. segure meus dedos minúsculos enquanto fala de coisas que tem aprendido a valorizar. diz que mudou muito, mudou tanto a ponto de eu nem te reconhecer mais. teu rosto ficou gravado dentro do meu crânio… para que meus olhos te enxerguem quando se revirarem. não há nada maior que a gente aqui, importância imcomparável. na dimensão infinita de um universo sem esquecimentos, canto teu codinome.

--

--

Ana

mistura heterogênea de múltiplas fases e faces